Março de 1987

 PROGRAMAS COOPERATIVOS DO IPEF

 A ação cooperativa do IPEF está assentada em dois programas: Melhoramento Florestal e Implantação/Manejo. Estes resultaram das reuniões de trabalho realizadas durante o ano de 1985 e parte de 1986 envolvendo representantes das empresas associadas e professores do Departamento de Ciências Flo-restais da ESALQ. A operacionalização foi iniciada a nível de projeto, subentendido como uma parte do assunto passível de ser discutida e analisada em termos de conhecimentos já existentes (Universidades, Institutos e Empresas), ensaios instalados e/ou a serem instalados.

Para a consecução dos objetivos estão sendo realizadas reuniões dentro de três níveis e com metas definidas, a saber: 1. Reunião ampla para: — Identificar o estado-da-arte das pesquisas do projeto; — Observar os avanços alcançados pelas diferentes universidades, institutos de pesquisas e empresas; — Localizar a capacitação nacional e estrangeira dentro do enfoque multidisciplinar e multi-institucional da reunião. Para esta reunião são convidados professores, pesquisadores, engenheiros, alunos e demais interessados independentemente de estarem ligados ou não ao Convênio USP-IPEF. 2. Reunião interna (USP-IPEF) para: — Avaliar o andamento dos trabalhos e direcionamento científico das pesquisas; — Verificar potencial próprio e de terceiros incluindo as empresas; — Verificar a existência e situação de ensaios relacionados; — Determinar, numa primeira aproximação, a necessidade de pesquisas (instalação de ensaios). Como pode se depreender nas metas da reunião, a mesma é restrita ao corpo docente/discente da USP e corpo técnico do IPEF. 3. Reunião com as Empresas para: — Levantar os ensaios das empresas ligados ao IPEF ou não; — Planejar, de comum acordo, pesquisas básicas e aplicadas; — Definir ensaios e formas de interação (Universidade-Empresa e Empresas-Empresas); — Programar intercâmbio de informações. Para esta reunião são convocadas as em-presas que pertençam ao projeto, segundo opção feita durante o levantamento e elaboração dos programas de pesquisas. 

No momento está sendo desenvolvido o projeto "Interação do Genótipo com Clima e Solo", sendo que já foram cumpridas as três etapas. Dentro do Programa de Implantação e Manejo estão em andamento os projetos sobre Reforma e Segunda Rotação. Como pôde ser observado, o modelo adotado se caracteriza por ser aberto e cooperativo, fato que não é novidade dentro da filosofia de atuação do IPEF.

Seu idealizador e fundadores deixaram claro suas preocupações com a aproximação das empresas e, talvez mais importante que isso, o apoio à pesquisa e formação de recursos humanos e em decorrência disso, desenvolvimento do setor florestal brasileiro e mundial. O fato realmente novo é o desafio lança-do para o real e efetivo engajamento do CORPO TÉCNICO DAS EMPRESAS ASSOCIADAS, quer pertencente ou não aos departamentos de pesquisas.

A expectativa é de que cada um traga a sua contribuição para o palco das discussões. Como ressaltamos em editorial anterior as empresas atingiram um grau de desenvolvimento científico e tecnológico e as descobertas ocorrem numa velocidade tão espantosa que a interação Universidade-Empresa e Empresa-Empresa é uma "questão de sobrevivência" para todas as partes envolvidas.

Desnecessário será observar que a participação nas reuniões é uma rara oportunidade para uma reciclagem, um arejamento, uma atualização de conhecimentos mesmo que haja um natural (e até salutar) confronto entre escolas, tendências e visões diferentes.

 

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