A chefia, seja no lar ou em qualquer função,
precisa cercar-se de três predicados, sob pena de fracassar:
1. Autoridade
2. Personalidade
3. Dignidade
Assim, o agente, destituído do primeiro predicado, não
terá o segundo e desmerecerá o terceiro. Nesse caso melhor
seria renunciar ao posto, para não perder a coisa mais importante
que a própria vida: a Honra. ( 16-1-63)
Dirigir automóveis é uma arte comparada aquela de tocar sanfona ou outro instrumento musical. Existem maus músicos. Pelo menos, no princípio. Acontece que, criticados por todo o mundo, depois aprendem ou desistem. Motoristas, não! mesmo ruins, eles insistem, porque gostam ou precisam de condução. Com a diferença que o mau músico afugenta os ouvintes e o mau motorista atropela os transeuntes... ou tromba! ( 20-01-63)
É fácil ser bom. Basta poder... e querer! às vezes nem querer é preciso: a omissão, o silêncio, a covardia são formas de comodismo que evitam complicações... deixando que até os maldosos fiquem felizes! Para ser justo, entretanto, não basta poder e querer; é necessário saber! Raciocinando e tomando atitudes positivas. Defendendo uns para condenar outros. Ou simplesmente contrariar e ser vítima depois de críticas de alguns. ( 20-01-63)
Sobre a bondade e a justiça:
Pela sua Bondade você colherá flores na Terra... A
Bondade é o dever magnânimo.
Pela sua Justiça você colherá flores no Céu...A
justiça é o bom senso puro.
É que a Bondade ajuda sempre e perdoa a todos... até
os maldosos...
É porque a Justiça atua segundo os méritos
dos indivíduos, exaltando uns e rebaixando outros, produz descontentes...
Por isso que, os que colhem flores no Céu, andaram sobre
espinhos na Terra..
A Terra é a vida... O Céu é a posteridade...
( 11-02-63)
A necessidade, a curiosidade e a ambição são as mães de todas as invenções. ( 9-3-63)
Para uma criatura humana saber em que categoria se encontra, basta constatar: Se é noivo --- é Jovem; se é Esposo --- é Homem; se é Avô --- é Velho. ( 20-03-63)
A crise político-ideológica nacional poderia ser solucionada com duas medidas: 1) Governo e Povo ( Coletor e Contribuinte) compreenderem que o melhor regime é o democrático e que para mantê-lo precisariam, todos, cumprir com honestidade e altruísmo seus deveres, inclusive compelidos pelo medo de uma revolução social, debaixo de cujo clima de terror poderia imperar desde o confisco de bens até o sacrifício de vidas, a exemplo do sucedido recentemente em Cuba. 2) As Forças Armadas, com brio e austeridade, começassem a punir os agitadores, exigindo-lhes o respeito às leis em vigor no País, deportando sumariamente os estrangeiros envolvidos em quaisquer movimentos extremistas. Mas, enquanto isso, o melhor que se pode fazer no momento é reduzir a aplicação de capital em nossas empresas comerciais ou industriais e, em seu lugar adquirir propriedades para desfrute da família, reservas que seriam, na pior das hipóteses, as últimas a sofrerem desapropriação. ( 26-3-63)
De quase todas ofensas e humilhações podemos defender-nos; da ingratidão não, porque ela é impalpável como a ausência, o silêncio, o esquecimento. Dolorosa verdade! ( 13-4-63)
As crianças não tem juízo e os velhos o tem demais”. Por isso é que no final da vida são perdoados, esquecidos os erros da mocidade, e tornando-se o homem penitente e bom será considerado, ao morrer, como digno e puro. ( 17-5-63)
Continuação da meditação do “pobre homem” quanto aos perigos de uma mudança na estrutura econômica e social do País — Sendo o trabalho a primeira demonstração de capacidade individual, feliz a criança que, desde tenra idade, já encontra dedicação e perseverança nos estudos. O pequeno estudante, assim trabalhando, com método e esforço, perceberá os primeiros salários em conhecimentos e personalidade. Uma criança de seis ou sete anos, que não sabe ainda o que significa a honra, o patriotismo e a civilidade, principia a trabalhar muito e proveitosamente se for estudiosa. O trabalho não é apenas o esforço muscular. Os feitos dos intelectuais e cientistas resistirão infinitamente mais que as sólidas obras de engenharia e arquitetura. As suas realizações diretas ou reflexivas, jamais serão desbotadas ou carcomidas pelo tempo. E no entanto muitos pensadores foram, em vida, considerados ociosos. Os estudos, as meditações, os cálculos, as pesquisas, sobretudo quando resultam em escritos ou elementos palpáveis, são trabalhos importantíssimos porque sobre os seus alicerces se assentarão os edifícios da produção, do progresso, da prosperidade. Ademais o trabalho é um dever social do homem. O inverso poderia e deveria sempre ser considerado contravenção penal. Além disso estão certos os que afirmam que o trabalho é um remédio para todos os males, uma solução para todos os problemas. Em verdade o trabalho é de inspiração divina. Basta olhar a vegetação das plantas, o desabrochar das flores e o amadurecimento dos frutos para sentir o maravilhoso trabalho do Senhor. Para vencer na vida basta apenas e principalmente ser trabalhador. Não é o bastante ter saúde, ser ajuizado e virtuoso. Temos mesmo que reconhecer, com pesar, ser muito comum vencerem os velhacos e tratantes, graças às suas condenáveis atividades, Mas vencem,e, imiscuindo-se entre os trabalhadores honestos, conseguem fazer boa figura e desfrutar de algum respeito. E poderão inclusive, um dia, iluminados pelo Altíssimo, abandonar a “estrada de Damasco” e penitenciando-se e dignificados ser admitidos no convívio dos justos. Enquanto que os outros, os vagabundos e negligentes, sem que se possa xinga-los de desonestos, afundar-se-ão no desprestígio, na miséria e, muitas vezes, na senda dos vícios, como conseqüência da ociosidade... E assim concluiu o “pobre homem”: Por que hei de preocupar-me com a situação política nacional, mesmo que o Brasil venha a ser uma segunda Cuba se, quando moço e até agora continuo trabalhando. Alguns bens que recebi de herança foram preciosas sementes que multipliquei com o meu trabalho. E meus filhos, melhor defendidos do que eu na vida --- pois se Deus quiser possuirão inclusive estudos e diplomas --- não desmentirão a tradição e o sistema de trabalho de seus ancestrais, e por certo continuarão nesse afã, seja qual for o regime no futuro, também prosperarão e terão direito à felicidade. ( 18-5-63)
Em matéria de política havíamos
escrito em 10-04-59:
“a) A União é a madrasta;
b) O Estado é o padrinho;
c) O Município é o pai.”
De quem?
a)Sangue-suga, b) Tratante, c) Sofredor --- eis o trio que
administrava a Nação.
Aconteceu que o número de sofredores era muito grande, criou
força, unindo-se, e hoje e União e o Estado culpam os “latifundiários”
e “capitalistas” pelo desamparo do povo brasileiro --- especialmente, o
nordestino. Pela nação brasileira!!! ( 20-5-63)
Devemos zelar bem das nossas virtudes e ter redobrados cuidados com nossos defeitos, humanos que somos. Como uma gota de creolina estraga um frasco de perfume, apenas uma ação má poderá comprometer um passado de nobre tradições. ( 18-08-63)
Equilíbrio --- É representado
por um ponto de apoio central e dois lados que podem ou tendem a precipitar
cada qual a um extremo. Por isso quanto maior a vantagem, maior a responsabilidade,
a fim de manter o equilíbrio.
Maior poderio = maior justiça;
Maior força = maior brandura;
Maior riqueza = maior generosidade;
Maior liberdade = maior respeito;
Enfim, maiores direitos, maiores deveres.
Não sendo assim, estaria estabelecido o desequilíbrio
e não tardaria o reconhecimento de que “ os grandes males para certas
criaturas foi desfrutarem de grandes bens, descontroladamente. ( 18-08-63)
Os grandes cientistas viveram, todos eles e cada qual a seu tempo, pensando atingir a quase “perfeição”. Os inventos se sucederam e pouco a pouco foram melhorando, progredindo sempre, medindo-se hoje desde a velocidade do antigo trem de ferro até ao moderno avião a jato, o avanço dessas invenções. E hoje, pobres de nós, muitos pensamos que um pouco mais e alcançaremos o almejado “mundo melhor”. Que beleza não era, há 100 anos atrás, o macio bondinho puxado burros, sobre deslizantes trilhos de aço... E o que não será daqui a 100 anos essa maravilha que hoje desfrutamos e que se chama helicóptero? ( 31-8-63)
Se é certo que devemos ouvir com agrado os conselhos de nossos amigos, errado seria repudiarmos, inopinadamente, as palavras de estranhos, até de nossos inimigos, os quais, a par da nobreza que deverá existir também em seus corações, poderão, um dia, inspirados por Deus, querer ajudar-nos a trabalhar pelo bem comum, como é o dever de todos. ( 04-10-63)
Somos construtores de um futuro e o “nosso futuro” nada mais é senão o dia de amanhã, com a realização de nossas esperanças. Ninguém se preocupa obstinadamente em mudar de estatura ou de fisionomia, conformand0-se os homens salvo raríssimas exceções, com os defeitos físicos com que Deus os fez. Mas, desejar todos possuir novos objetos ou adquirir novos bens materiais que proporcionem comodismo ou evidenciem prosperidade. Infelizmente costumamos esquecer que o “nosso futuro”, isto é, a prosperidade é fruto principalmente de nosso trabalho modesto e cotidiano, enobrecido pela bondade e perseverança. ( 12-10-63)
Antigamente os homens ( romanos, gregos) eram mais fortes porque só “vingavam” as crianças de compleição robusta. A mortalidade infantil e a falta de recursos médicos despovoavam as nações... ( 16-11-63)
O bem material que uma pessoa recebe ou obtém deve ser defendido como o faziam os antigos soldados “porta-bandeira” nos campos de batalha. Sacrificavam a própria vida para não perderem ou desonrarem o estandarte sob sua responsabilidade. Todo bem é um símbolo. Ou é fruto do trabalho alheio (doador) ou do próprio trabalho, muitas vezes de muitos anos. Portanto, como um patrimônio, não dever ser desperdiçado ou menosprezado. O dono de um bem em perigo deve agir como o comandante do navio naufragante: só o abandonará na hora extrema ou preferirá ir ao fundo com ele! Toda vantagem que se possui é um bem, merecedor de resguardo e carinho. Qualquer bem que possuamos deverá ser usado dignificantemente, podendo ser cedido ou transferido a outros desde que razões legais ou morais assim o recomendem. Jamais poderá ser arrebatado por malandros, ou utilizado em obras nocivas à coletividade ou ainda desbaratado perdulariamente. ( 12-12-63)
“Sois o Messias?”
“Se vós o dizeis...” --- “De certo essa é a voz do
povo”. É o que ocorre. Se uma pessoa pergunta, tratando-se de um
problema sério, é porque outras pessoas já fizeram
a mesma indagação. No caso só falta a confirmação,
que se pretende seja dada pelo próprio interessado. Ninguém
se arriscaria, por extravagante suposição, a fazer interrogações
inverídicas ou irônicas, sob pena de envolver-se em graves
complicações. ( 14-12-63)
“Agora que eu estava tão contente!” --- É o que a pessoa sofrendo uma infelicidade maior, espécie de “pequena tragédia”, então, em meio de suas lamentações lembra-se das alegrias e benefícios obtidos nos últimos tempos. Não fosse, entretanto, o “desastre”, continuaria incontentada, ambicionando sempre mais. Mas, refletindo agora, do fundo de sua dor, assumindo uma posição de mártir diz: “Agora que ia começar a ser feliz...” ( 14-12-63)
“Quanto pior, melhor”, dizem os comunistas que querem se apossar do governo. “Quanto melhor, pior”, deveriam refletir os sinecuristas, pertencessem eles a empresas oficiais ou privadas”. ( 14-12-63)
Os que hoje proclamam as ameaças de que
“o povo fará justiça pelas próprias mãos”,
serão amanhã os primeiros demagogos e incendiários
a cumpri-las! ( 30-12-63)