ANO DE 1975

 

Se Alexandre Hamilton  e Aarão Burr tivessem sabido quanto erravam ao não terem um pouco mais de paciência e tolerância, a vida do primeiro não teria sido sacrificada, livrando-se, o segundo, de um futuro amargurado pela lembrança do estúpido duelo... também porque, depois, via se regra, a “nobre e pobre vítima” haveria de receber a glorificação! (6-1-75)

 

Oração: Dai-me Senhor, serenidade para analisar os acontecimentos com tempo e sem precipitações, atribuindo-lhes a real e não a aparente significação... ( 20-1-75)

 

O que mais entristece uma pessoa idosa é constatar que, com o passar dos tempos, outras pessoas, infelizmente às vezes pertencentes ao seu próprio grupo familiar, começam a tratá-la com irônico descaso... Poderíamos dizer ou escutar dizer que isso, embora não seja muito agradável, é quase lógico, natural! Com o passar dos anos, em idade avançada, os “pobres velhos” começam a sentir e mostrar deficiências físicas e intelectuais, envolvendo-se em situações, ás vezes, entre pitorescas e ridículas, especialmente por falta de memória, audição, visão, além de passar a revelar reflexos mais lentos. Para consolo lembraríamos apenas que o excelso Victor Hugo, com cerca de 80 anos, no crepúsculo do século XIX, disse que ninguém  se arriscava a se aproximar, abusivamente, e fustigar um leão velho e decrépito... Com um simples movimento de suas patas, aquele animal poderia estraçalhar as carnes de quem assim o afrontasse e com seu urro de revolta causar pânico nos circundantes. Da mesma forma, continuou V.H., um olhar severo e penetrante e poucas palavras de repulsa proferidas por um “pobre velho”, ofendido na sua dignidade, poderiam calar, bem fundo, na consciência de quem pensasse que poderia escarnecer, impunemente, daquele que tanto lutou, em tempos passados... ( 9-2-75)

 

Oração: Permiti, Bom Deus, que eu tenha suficiente calma para suportar os desacatos e ofensas que, às vezes, de repente, parecem atingir-me, porque analisados, a fundo, tais fatos poderão constituir-se em “simples malentendidos”... ( 16-2-75)