PAZ
A maior parte dos homens prefere agradar a maioria poderosa! Se Pilatos, que dispunha do poderio, quisesse ter sido honesto, teria impedido a morte de Jesus. E assim, pelo contrário, deveria ter ordenado que o povo seguisse o Mestre, seus ensinamentos de paz, amor e perdão! Mas, é que a populaça, cúmplice dos despeitados sacerdotes, estava possuída da volúpia do mal e ao governador da Judéia interessou mais a sua posição política perante os homens, do que a sua consciência perante a verdade, perante Deus! ( 10-9-52 )
Cumprir nossos deveres de cidadãos e ter paz de espírito, eis o ideal. Do cumprimento dos nossos deveres resultará o nosso sossego do coração: a felicidade de quem cumpre com as suas obrigações. Por que, pois, tanta luta, tanto apego, tantas ilusões e desenganos na vida principalmente para aqueles que agem à revelia dos próprios deveres? ( 19-11-55)
A criatura humana necessita de: 1) AR ¾ ao nascer receberá palmadinhas da parteira para começar a respirar; 2)ALIMENTOS ¾ ao primeiro dia de vida, ainda com os olhos fechados, abrirá a boquinha a procura de algo para chupar. Homem feito, ao raiar de cada dia, procurará alimentar-se ou, pelo menos, beber alguma coisa, antes de iniciar suas atividades; 3) PAZ ¾ deverá constituir família e viver em sociedade, para garantir sua sobrevivência. Precisará dar ou não retirar de seus semelhantes os meios para que também tenham paz. Do contrário haverá conflito, e portanto, cedo ou tarde, vencedores e vencidos, revezadamente... E, adeus ar, alimentos e paz. ( 21-03-64)
Pobres e ricos ¾ O que ocorre com o socorro que os “ricos americanos” distribuem através das campanhas “alimentos para a paz” e “aliança para o progresso” em favor dos povos subdesenvolvidos ¾ auxílios esses mal-recebidos e até repelidos pelos próprios favorecidos ¾ é que muitos destes entendem que tudo isso é remédio tardio e post-espoliativo. Necessário e melhor teria sido que os vultuosos recursos americanos tivessem sido acumulados mais lentamente e que os outros, os “roubados”, nessa disputa dos bens materiais, não tivessem afundado tanto na miséria. O certo teria sido melhor repartição no princípio do que a “devolução” agora, tão tarde, quando todos se encontram no limiar da grande catástrofe: fim das riquezas e pobrezas. ( 10-06-65)
Diante do horror que se constata vendo e lendo jornais e revistas que trazem notícias da guerra no Vietnã, qualquer pobre mortal chega a fazer conjeturas assim: ¾ Estará certo o Governo Americano em continuar intervindo nessa luta horripilante no extremo asiático? Pergunta-se, por que lá estão morrendo centenas e centenas de pobres jovens “yankees” e milhares e milhares de miseráveis, civis e militares, filhos de ambos os malogrados vietnamitas... Em primeiro lugar, errados estão todos os participantes e incentivadores da luta, por falta de solidariedade humana! E, quem sabe, pensando conciliatoriamente, estariam menos errados os americanos se desistissem e sua intervenção e apressassem, desse modo, o fim dessa guerra desumana e cruel. De certo, depois disso, aqueles povos ¾ que são da mesma raça ¾ viveriam em paz, mesmo que, no início, houvessem vencidos e vencedores... Mas como ninguém lucra com a prática do mal logo os vitoriosos compreenderiam que, para bem governar, é necessário tratar com dignidade humana os governados. Mesmo que o recuo dos Estados Unidos propiciasse, no mundo, um avanço da ideologia comunista... Paciência! O horror que se verifica no Vietnã está invadindo a área do inconcebível. Quem sabe, um dia, o regime comunista venha a abrandar-se, transformando-se num socialismo cristão. Terminada a luta inglória do Vietnã, haja o que houver, se o futuro governo tornar-se tirânico e pernicioso, o próprio povo ( soldado também é povo) procurará “derrubar o regime”, como tem caído todos os governos em que o povo, no país, não consiga ter uma vida digna da criatura humana, inteligente e racional que é feita à imagem de Deus (12-2-68)
Ah! Os segredos!... Por causa dos segredos, os filhinhos de cada um são sempre relativamente, as mais lindas criaturas do mundo... Na escola existem colegas muito piores, culpados pelas notas más obtidas nos exames... “Pintas bravas” são os filhos dos outros, as tais más companhias que desencaminham os nossos... Até quando, sendo casados, possuem amante, “a sem vergonha é a esposa do outro” e enquanto isso o pobre do outro diz o mesmo do Dom João e ordinário... Mas se tudo é paz em casa o papai é o homem mais correto, brilhante e valente que existe... No emprego, no ofício, no cargo é sempre o mais pontual, trabalhador, competente, sacrificado, etc., etc., etc... Ah! Os segredos!... (2-2-69)
Soneto
Afinal, o pobre homem descansa em paz;
Ei-lo, agora, mãos cruzadas sobre o peito,
Como quem, estendido em seu leito,
Invoca a última oração de que é capaz.
Que restam dos sonhos dos tempos de rapaz?
Das esperanças de quando homem feito?
Ele que almejou, quem sabe, ser perfeito,
Deixa seus humildes enganos para trás...
Incompreendido às vezes, mas nos instantes
Em que caminhou em sua austera trilha
Quis provar serem estes os anseios seus:
Bem querer e respeitar seus semelhantes,
Amparar e defender a sua família,
Ser justo com todos, no santo amor de Deus!
(14-2-71)
O pobre homem necessita de muitas coisas para viver; mas para ser feliz precisa, sobretudo, de paz e amor. ( 22-3-74)
Vale
mais quem faz do que quem dá ─
Quem dá alguma coisa a alguém, procurando assim livrar-se da presença
“incômoda” do necessitado ( suplicante ou não)faz, em verdade,
quase nada, o que, perante os Céus, às vezes, não passa de uma heresia. O certo
é fazer alguma coisa em favor de alguém, que sirva de estímulo, de combate ao
desânimo, de um novo ponto de partida. Se Luiz Vicente de Souza Queiroz fizesse
como a quase totalidade das criaturas e tivesse naturalmente deixado a sua
fazenda em Piracicaba, como herança a seus sucessores legais, hoje os piracicabanos certamente não teriam a sua gloriosa ESALQ,
como outras cidades maiores, mais ricas ou importantes do Brasil, não tem
escolas como a nossa, tanto na história benemérita de sua fundação como pelos
extraordinários frutos produzidos, em benefício da agricultura e especialmente
do povo brasileiro. Mas Luiz de Queiroz não a deixou simplesmente e sim a doou
ao Estado com a condição altruística de nela ser construída uma escola de
agronomia, nos moldes das existentes, na ocasião, em países da Europa que havia
visitado. Falemos agora igualmente de Alfredo Nobel ( Suécia
21.10.1833 e falecido na Itália em 10.12.1896) que se tivesse dado toda a sua
fortuna, ou a deixado aos seus herdeiros, hoje seria mais um entre milhões de
homens que fizeram ou inventaram alguma coisa, morreram ricos ou pobres e o
povo os esqueceu... Mas, Alfredo Nobel preferiu deixar, por testamento, a
maioria de seus bens (adquiridos com os lucros de sua fábrica de dinamite gelatinosa
industrial) a favor de uma fundação a ser constituída, com a finalidade
precípua de conferir prêmios anuais aos homens e mulheres que se destacassem em
qualquer parte do mundo, em pesquisas, descobertas e realizações nos campos da
Medicina, Química, Física, Fisiologia, Literatura e Paz Mundial. E na
temos, confessamos, conhecimento e competência bastantes para comentar o que
tem sido, em grandiosidade e êxito a concessão periódica de tais prêmios, cujos
fundos financeiros, milagrosa ou inflacionariamente, crescem de ano para no. Por tudo isso recordamos como é válido o exemplo daquele homem que
preferia fornecer varas, ensinando a pescar, invés de, farisaicamente,
“dar” o pescado a quem solicitasse... (21-11-82)
“Se queres a paz, prepara-te para a guerra” ( “Si vis pacem, parabellum”) ─ Existem dois tipos essenciais de paz: a paz interior, a paz de espírito e a paz social, a paz externa, da qual somos parte também, permanentemente. A paz de espírito, interior, podemos controlar, gozá-la em muitos momentos, alguns até dos mais difíceis. Mas, se não houver paz externa, social, em que nós próprios, nossos familiares, nossos amigos e outras inocentes criaturas são prejudicadas, ofendidas, agredidas, martirizadas, desaparece paulatina ou instantaneamente a nossa paz interior... Por isso que somente poderá existir maior percentagem da paz sobre a face da terra, e isto repetimos sempre: apenas quando os governos, suas forças armadas, quando os homens de todas as raças, das mais diversas condições sociais, quando todos forem justos, honestos, trabalhadores, generosos e usando a inteligência que Deus concedeu a cada um, seguirem os ensinamentos de Cristo Jesus. Paz absoluta, perfeita, integral, nunca existirá entre os homens, porque estes, pela lei da própria natureza, devem desenvolver seus ciclos de vida, entre sofrimentos e alegrias, acertos e fracassos, para um dia deixarem o convívio de seus entes queridos e aí sempre haverá inevitável tristeza nos corações... ( 20-2-83)
Segundo a opinião da maioria ou quase totalidade dos homens, este mundo não tem mesmo salvação, no que concerne a paz entre os homens. Os mais pessimistas remontam os fatos desde a criação do mundo, quando a primeira família não foi feliz por causa do egoísmo, da inveja, da ganância, da violência e dos dois “primeiros irmãos” quando um foi abatido pelo outro. Milênios e milênios depois, o Divino Mestre, mesmo sendo o Messias tão esperado, foi traído por um dos seus dozes apóstolos e, em seguida, negado por três vezes pelo mais valoroso dos seus primeiros seguidores... Ainda, o seu próprio povo pediu e exigiu o seu martírio na cruz, logo a Ele que recomendava paz, justiça, amor entre os homens... A história do mundo está repleta de episódios, antes e depois de Cristo, em que é evidenciada a falta de entendimento entre governos, governantes e governados e porque assim não dizer, entre os povos? “Cada povo tem o governo que merece” é o refrão popular e milenar... Pelo visto, pouco adianta ficar reclamando, apenas citando exemplos. A melhor solução é cada um, dentro da sua família, do seu campo de atividades, do seu relacionamento, colocando de lado as suas rotineiras pregações de moral, procurar cumprir com seus deveres conforme a lei de Deus, e a dos homens puros... e se cada um fizer bem a sua parte, um dia, os governos serão obrigados a fazer, igualmente bem o que lhes compete! ( 17-6-84)