Dona Idalina
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I
Pela graça de Deus nasceu riopedrense,
De família tradicional e do trabalho.
Enérgica, doce, elétrica.
Vida preciosa, uma colcha de retalhos.
II
Infância normal como todas da época.
Jovem faceira, estudante aplicada.
Vida difícil, honesta e honrada.
Diploma na mão, professora formada.
III
Início difícil, longe, só
e inexperiente.
Lutou como lutam os destinados.
Seus ex-alunos sempre comentam
E a elogiam, felizes, desassombrados.
IV
Viúva muito jovem,sentiu o tranco.
Balançou mas não caiu. Fincou
pé.
Criou e formou os filhos, vencedora.
Dona de grande fibra e muita fé.
V
Deu tudo de si na profissão.
Mãe santa e santa professora.
Em casa ou na escola não admitia desânimo.
Uma pequenina grande batalhadora.
VI
Exigia esforço,luta, atividade.
Ligeira, rápida, vibrante.
Sempre participativa e exigente.
Líder, conciliadora, figura estonteante.
VII
Ainda hoje vibram portas e janelas
Da nossa mais antiga escola primária,
Movidas pela brisa de um passado
Rico e grandioso de mestra lendária.
VIII
Com toda certeza, as lousas,
Os bancos, os relógios e todo o material
escolar,
O recreio, as escadas, o prédio todo
A reverenciam quando a vêem passar.
IX
Seus alunos já são avós,
Falam dela com orgulho inabalável.
Não conseguem achar igual exemplo.
Única de uma época notável.
X
Noventa anos gloriosos e edificantes
Ranzinza, “cassununga”, mulher extra.
Querida, lembrada, respeitada.
Um abraço de todos, querida mestra.