Maestro assobiador

I
Canta na mata alegre,
Em plena liberdade natural,
O pássaro colorido, ágil, feliz,
Certo de que nada, nada é igual.

II
Canta o bem-te-vi, quase falando,
Anunciando a presença total,
De tudo e de todos, num canto forte
Como se fosse uma sentinela policial.

III
O sabiá sabe que seu canto é triste.
Ser maestro é sua sina sem par.
A floresta toda o reverencia
Quando se põe embalado a cantar.

IV
Canário, pintassilgo, sanhaço,
Araponga, povi, foguinho, azulão.
Cada um a seu modo, ao mundo todo,
Ensinam o que é afinação.

V
Na gaiola, presos, cantam todos.
São apreciados pelos cantos e pelas cores.
Num espaço diminuto e só,
Certamente seus cantos são suas dores.

VI
Rio das Pedras não é uma gaiola,
E não prende seu pássaro cantor.
Livre, pelas ruas e praças
Ele canta com muito amor.

VII
De longe chega o som
De um pássaro afinado e constante.
Ninguém comenta mas sabe de quem é o tom
É único, sem igual, é vibrante.

VIII
É maestro e não sabe.
É pássaro e nem desconfia.
Sua arte alegra a José, Pedro.
Antonio, Ângelo, João e Maria.

IX
Afinado, assobia lindas valsas.
Alegre, por todos é querido.
É notável, já é marca registrada,
Sem ele a cidade perderia o sentido.

X
Todos o conhecem e reconhecem,
Não é preciso que eu o identifique.
O maestro assobiador famoso
É o maestro Paulo Henrique.

Voltar