Que Pena ! 

I
Pensando na implantação do moderno,
Como se o mesmo não convivesse com o antigo,
Derrubam-se prédios históricos e centenários,
Mata-se a história, isso é um perigo.

II
A memória é indestrutível.
Lembranças conservam o antigo.
Devastações, somente no espaço físico.
O tempo age mas não é inimigo.

III
Músicos de uma época de ouro.
Banda de ouro de uma época sem par.
Criava-se, vivia-se, tudo com romance,
Conjugava-se o verbo maior: amar.

IV
Crianças alegres a cantar e a rodar,
Pais, amigos, grande interação de famílias,
Sons de dobrados, marchas, tudo a valsar.
Bancos, flores, música, só maravilha.

V
Canteiros, passeios, luar claro e aberto.
Dias e noites alegres e festivos.
Imponente, altivo, da igreja era  vizinho.
Cartão postal, enfeite altamente decorativo.

VI
Ponto de referência para os namorados,
Esguio e sempre útil nas festas e comemorações.
Faz parte das reminiscências de um belo passado,
Riopedrenses antigos dele têm boas recordações.

VII
É lembrado em muitos tipos de conversa,
Local de festas, comícios e leilões
Mas era morada cativa e natural
De bumbos, clarinetes, bombardinos e pistões.

VIII
O seu local hoje é ocupado pelo vazio,
Por ali passa uma multidão, mas é um nada.
Sua alma triste e solitária somente observa
E sabe que é produto de uma época ultrapassada.

IX
Todos já sabem a quem me refiro.
Sem mais delongas (e muito sentido),
Sei que provoco alegrias e emoções.
Falo do nosso coreto querido.

113º aniversário da emancipação
 política de Rio das Pedras

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