“Decisões tomadas aos níveis mais altos nas indústrias transitam por certos órgãos para alcançar os que devem colocá-las em execução. Aqueles que têm sobre os seus ombros a execução desses programas, muitas vezes, se vêm frente a sérias dificuldades por lhe faltar o amparo técnico necessário. Outras vezes há que se mudar, há que se alterar sistemas de trabalho tradicionalmente seguidos. “A natureza humana tende a se opor a mudanças e desde que novas idéias signifiquem mudanças sua aceitação requer esforços especiais. “Para isso há que investigar, há que procurar novas técnicas e novos sistemas de trabalho. “O primeiro passo dado por algumas das indústrias brasileiras que utilizam a madeira como matéria-prima consistiu numa tomada de posição com vistas conseguir melhores produtos através da melhoria do rendimento industrial. Nesse sentido a matéria-prima seria o primeiro ponto a ser focalizado. Produzir mais, de melhor qualidade e a preços mais reduzidos consistiria o desafio a ser enfrentado. “Quem, se não a pesquisa cientificamente planejada e conduzida poderia fornecer elementos para respostas convincentes? Como enfrentar a situação se, a esse respeito, não coubessem indagações? “Dessas indagações surgiu o Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais, o IPEF”. (Prof. Helladio
do Amaral Mello, Editorial da Revista IPEF, nº 1)
Por estas palavras com conotação
de eternidade, concluímos que a concepção primeira
para a criação do IPEF foi apoiada na constatação
dos benefícios mútuos que poderiam ser auferidos pela interação
entre as empresas e integração com a Universidade. Após
40 anos, o IPEF continua sendo uma das mais importantes realidades nesse
aspecto. Porém, o tempo se encarregou de mostrar, felizmente, que
os benefícios passaram de “mútuos”, ou seja, restritos aos
envolvidos diretamente, para “gerais”, abrangendo o setor florestal como
um todo.
Completando-se 40 anos, nada mais oportuno que se fazer um exame de consciência para avaliar quanto de frutos foram colhidos, quanto de expectativas podem ter sido frustradas. E, mais importante que isso, quanto de bens e serviços foram distribuídos e progressos alcançados. Sobretudo, é importante ao IPEF, visando ressaltar cada vez mais sua identidade, encarar sua “dupla personalidade”: de um lado uma associação de empresas florestais, e de outro, um poderoso agente de integração e interação da ciência e tecnologia florestal. Sua expressão como sociedade depende, única e exclusivamente, das empresas associadas pela ação mútua e cooperativa das mesmas. A “outra face”, natural e espontaneamente, é visualizada e localizada, em função de sua aproximação e íntimo contato com a universidade e outras instituições de pesquisas, tanto públicas como privadas. O IPEF é, e sempre será, exatamente aquilo que fizermos dele. Ele nunca será o que esperamos que ele seja, por obra do acaso. Quarenta anos. Parabéns,
IPEF. Vida longa e sucesso.
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