O Setor Florestal, como não
poderia deixar de ser, também está sendo afetado pela atual
crise financeira que atinge o mundo todo. À exaustão, lemos
que na língua chinesa, um dos significados da palavra “crise” é
oportunidade. A primeira impressão,
positiva, é de que a situação desaguará em “melhores dias”, face às modificações que serão necessárias introduzir no modus faciende do nosso dia a dia e do nosso planejamento futuro. A segunda impressão, negativa,
é de que devemos tomar providências salvadoras e indiscriminadas
ou aleatórias sem uma análise profunda de onde estamos, e
mais importante que isso, o tempo e recursos despendidos no passado para
atingirmos o
Em três segmentos essa
prática suicida será de difícil recuperação:
desmonte da equipe de recursos humanos, abandono da necessária e
imprescindível prática do fomento florestal e interrupção
da pesquisa e procura constante dos avanços
O desmonte da equipe de recursos humanos, conseguida a duras penas na sua formação, é de uma imprudência exatamente do tamanho da improvisação e da recusa, talvez, de reduzir parte dos lucros da atividade empresarial. Os menos avisados imaginam que a recomposição da equipe pode ser conseguida num passe de mágicas, assim que as “coisas melhorarem”. No Brasil, o fomento florestal tem uma história de mais de meio século e foi uma atividade notável pelo seu lentíssimo ritmo de crescimento. Levamos 50 anos para convencer nossos proprietários rurais (imediatistas como todos os brasileiros que se prezam) de que “esperar 6 a 7 anos” para termos retorno financeiro da atividade não era nenhum absurdo, comparado com as culturas agrícolas tradicionais. Cunhamos até expressões mimetizando a economia: “poupança verde”, “poupança florestal” e quejandos. Quando parecia que, finalmente, o fomento iria se consolidar (a exemplo dos micro-proprietários florestais dos países escandinavos) vem a crise e, de roldão, grande parte dos fomentados são abandonados e deixados “na rua da amargura”. Não resta dúvida de que demorará, desta vez, cem anos para recuperar o prestígio do setor florestal e a confiança nele depositada. Finalmente a pesquisa e desenvolvimento tecnológico. Dos três segmentos citados, estes parecem-nos, desta vez, os menos afetados pela possibilidade de redimensionamento e rescalonamento das prioridades. A rigor, do ponto de vista histórico, essa área sempre foi a mais afetada pela montagem/desmontagem cíclica. Existia até uma máxima empresarial que dizia “no aperto, primeiro a pesquisa”. Parece que os tempos mudaram
e nossa impressão é de que se trata de preservar e dar continuidade
aos aspectos relacionados à pesquisa e desenvolvimento tecnológico
que não podem sofrer solução de continuidade. Sem
dúvida alguma,
Melhor seria nos atermos a um outro significado da palavra “crise” na língua chinesa: criatividade, sem a qual teremos que refazer novamente todo o caminho e recuperar os progressos alcançados. |