IPEF NOTÍCIAS 199 - Setembro/Outubro de 2009
Como divulgado anteriormente, o IPEF realizou em maio do corrente ano um workshop, com o objetivo de colher subsídios para um Plano de Pesquisa e Desenvolvimento para o decênio 2010-20. Um dos temas apresentados foi sobre “Silvicultura de Nativas”, que despertou grande interesse e demoradas discussões.

Baseando-se na importância e atualidade do assunto, o IPEF decidiu constituir um grupo de trabalho para levar adiante a discussão do tema e para isso foi realizada a reunião técnica “Silvicultura de Nativas aplicada à restauração”, matéria deste IPEF Notícias. O grupo tem como coordenadora a Dra. Maria José B. Zakia (Zakia & Almeida Assessoria Ambiental)
e como membros a Profa. Renata E. de Oliveira, da Unesp, o Prof. Flávio B. Gandara, da Esalq/USP, o Eng. Robson O. Laprovitera, da International Paper do Brasil e a Enga. Ana Paula C. do Carmo, da Fibria S.A.

O desafio lançado e que está sendo enfrentado é no sentido das associadas do IPEF dedicarem o mesmo grau de atenção às florestas nativas, como vem fazendo com as florestas plantadas de exóticas, principalmente de eucalipto e pinus. Obviamente,
respeitando as particularidades de cada bioma de nosso país, tipos de vegetação e priorizando a recuperação ou manutenção de áreas de preservação permanente (APP), em especial matas ciliares e reservas legais (RL).

O exercício a ser feito parte da premissa de que há possibilidade de identificar interesses comuns entre as associadas, bem como oportunidade e viabilidade técnica e econômica para esse esforço conjunto.

Reproduzimos, a seguir, uma série de fatores que justificam o interesse do IPEF em assumir esse tema, “Silvicultura de Nativas”, em suas atividades presentes e futuras e que constam no documento colocado em discussão na citada reunião técnica:

• O aumento/crescimento da demanda por produtos florestais, oriundos de plantações com espécies nativas, como uma tendência de mercado já identificada;

• A necessidade da disponibilização de produtos não comprometidos com modelos exploratórios e predatórios das florestas naturais brasileiras;

• A necessidade de modelos que aliem restauração e manejo, com possibilidade de retorno econômico;

• A possibilidade do aumento da base florestal nativa, a partir da reintrodução do elemento arbóreo/florestal na paisagem rural brasileira;

• O potencial do setor florestal no desenvolvimento das bases institucionais, científicas e humanas, necessárias ao desenvolvimento da silvicultura com espécies nativas;

• O fato de as empresas do setor estarem atuando nos mesmos biomas, com a mesma necessidade de desenvolvimento de tecnologias mais adequadas para a restauração;

• A possibilidade de transformar uma “obrigação legal” em geração de renda/benefício econômico, o que é muito interessante para o fomento (com modelos mais atraentes para os proprietários rurais);

• A possibilidade de redução de custos de restauração nas áreas das empresas e seus fomentados;

• O aperfeiçoamento legal com a restauração das APPs e RLs;

• O atendimento, racionalização e otimização das demandas advindas de órgãos certificadores; 

• O nivelamento de informações entre empresas, poder público e órgãos ambientais; e

• O desenvolvimento de critérios e indicadores para uma “boa restauração florestal”, realizadas pelas empresas do setor.

Voltar