BAIXAS DE SÓCIOS

 

            Analisando-se as estatísticas rotárias, observa-se que o aumento do número de sócios que vem ocorrendo, principalmente nesta década, está apoiado em novos clubes e muito pouco no aumento líquido do quadro social dos clubes. No Brasil a situação se mostra mais grave, pois da análise da variação do número de sócios dos nossos distritos, poucos tem mostrado aumento, ou o que é pior, a maioria tem revelado uma diminuição. Em outras palavras, as baixas superam as admissões.

            As medidas (óbvias!) para minimizar o problema possuem três vertentes : aumentar a admissão, reduzir as baixas e ambas.

            Normalmente o apelo é no sentido de alertar o rotariano para as suas responsabilidades de propor novos sócios. De grande valor, não é estimulante existindo no clube "um clima favorável a ocorrência de baixas", normalmente associado a um outro clima de desânimo e pessimismo.

            Já são por demais conhecidas as principais causas geradoras de baixas. Se a responsabilidade para o aumento do quadro social, como já destacamos, recai sobre o rotariano individualmente, a mudança desse "clima de baixas" é de total e absoluta responsabilidade do presidente do clube e seu conselho diretor.

            Como ? Enfrentando as principais causas :

            1. Clubes inativos ou inoperantes

                 Grande fonte de frustração principalmente para os sócios recém-admitidos, instruídos e motivados para ingresso num "clube de prestação de serviços". A desilusão também atinge sócios mais antigos que se demitem sob a alegação "de que o clube não está fazendo nada". Nesse caso, o prezado companheiro não tem razão, pois deveria mudar a situação começando a fazer alguma coisa em vez de pedir demissão.

            2. Falta ou excesso de envolvimento do sócio

                Da mesma forma que alguns se desiludem com o clube, outros se afastam porque permanecem "relativamente ou totalmente esquecidos". Outros, ainda, porque são muitos solicitados e fazem parte do grupo "dos sempre os mesmos...". Algumas vezes a situação beira o surrealismo, quando o sócio encaminha o pedido de demissão porque foi "lembrado" para ser o próximo presidente do clube : no lugar de declinar do honroso convite, apresentando justificativas aceitáveis, ele prefere pedir demissão(!).

            3. Falta de companheirismo e/ou clima de desunião

                Causa facilmente justificável pelo que o companheirismo representa como elemento de integração e facilitador do trabalho conjunto do clube.Inclusive porque muitos aceitam o convite para ingressarem no Rotary para fazerem parte de um novo grupo social e, posteriormente, despertam para a prestação de serviços. Outros, nunca... Às vezes, nem dá tempo, pois ele se demite antes. O instrumental rotário à disposição do presidente e da Comissão de Companheirismo é suficiente para reverter esse tipo de situação. Quando não, trata-se de uma questão de bom-senso e firme desejo de encarar e resolver os problemas surgidos.

            4. Programas inadequados com reuniões mal planejadas e pior conduzidas

                Em um clube de voluntários no qual "se paga para ajudar e prestar serviços", é realmente desestimulante reservar algumas horas por semana para enfrentar reuniões sem hora para começar e acabar, enfadonhas e improdutivas. Esta causa é, como sabemos, geradora de outro grave problema atual : baixa freqüência da maioria dos clubes.

            5. Elevação dos custos

                Se mantido dentro do suportável no contexto econômico do clube e respectiva cidade, dificilmente sentida quando as causas anteriores não existem ou são minimizadas ou removidas. Em outras palavras, esta causa, apesar de real,  raramente aparece isolada. A recomendação é no sentido de manter os custos em níveis aceitáveis, evitando-se , ao máximo, débitos extras provenientes de encargos assumidos de forma não planejada e , muitas vezes, à revelia dos sócios.

            Baixas de sócios deixam de ser problema quando as soluções são conhecidas : basta aplicá-las. Simples, não?

 

(Janeiro de 1980)

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