POR QUE
“DESENVOLVIMENTO”E NÃO “CRESCIMENTO” DO QUADRO SOCIAL?
1.
OBSERVAÇÕES INICIAIS : o que
se segue são considerações genéricas aplicáveis a Rotary Clubs genéricos. Não
nos preocupamos em filtrá-las ou selecionálas para terem valiadade no
Indaiatuba. Espero que vocês aproveitem o “aproveitável” e perdoem qualquer
observação impertinente e extemporânea.
Algumas considerações sobre a
desprezada e desvalorizada LISTA DE CLSSIFICAÇÕES VAGAS e sua filha “renegada”
e esquecida, LISTA DE CLASSIFICAÇÕES ABERTAS.
Qual a real importância de ambas?
Primeiro, para orientar o crescimento e
desenvolvimento do quadro social de modo a aumentar a representatibilidade das
profissões e negócios da comunidade dentro do clube. Desnecessário seria
justificar a importância desse fato quando penso Rotary se inserindo na mesma. É indiscutível que os clubes devem
estar voltados para os anseios das suas respectivas comunidades.
Segundo, para minimizar o convite a
amigos, parentes e conhecidos baseando- se exclusivamente ou predominantemente,
no fato do candidato a futuro sócio, ser amigo, parente ou conhecido. Além
disso, e muitas vezes, acrescido de alguma qualidade como, abre aspas, jeitão
de rotariano, fecha aspas, ou aquela outra falácia de que , abre aspas
novamente, fulano nasceu rotariano e só falta entrar no Rotary, fecha aspas
finalmente. Como afirma o comp. Gov. Synemar, na realidade trata-se de um
candidato com um grande potencial para se tornar um bom rotariano. Porém, só o
será, realmente, quando se inteirar de Rotary, seu Objetivo, seus programas e
se engajar no movimento e no trabalho rotário. Até lá será e continuará sendo,
Deus o queira, um excelente cidadão.
Terceiro, para atender um possível
programa, projeto em curso ou planejado pelo clube. Por exemplo a bandeira dos
FORUNS MULTICLUBE que estamos realizando este ano, e já inauguramos, no último domingo, em Sumaré para os clubes da
área 2 do nosso Distrito, é NUCLEAÇÃO PARA O AUTO-DESENVOLVIMENTO. Define-se
“Nucleação como um conjunto de atividades de comunicação, ensino/aprendizagem e
de tomada de decisões, com o objetivo de estimularlanimar uma coletividade
qualquer, para formarem grupos instrumentais, capazes de prover suas
necessidades e de satisfazer seus desejos de auto-desenvolvimento”. No meio
rotário o programa que mais se aproxima a isso é, exatamente, o NÚCLEO ROTARY
DE DESENVOLVIMENTO COMUNITÁRIO.
Uma conclusão importante é de que o
sucesso para o pleno desenvolvimento do projeto de nucleação é fundamental que
os rotarianos sejam capacitados para desenvolvê-lo. Que tal procurar na
comunidade um sócio em potencial para admiristrá-lo se não disponho de um
companheiro que possa fazê-lo a contento?
Mas, voltemos ao inicio : O QUE É
DESENVOLVIMENTO? O dicionário Aurélio registra: Desenvolvimento = ato de
desenvolver.
E desenvolver ? Significados:
= Aumentar, ou seja, fazer maior
(número,extensão, matéria, intensidade)
= Crescer, ou seja, aumentar em volume,
grandeza, extensão
= Melhorar, ou seja, tornar melhor,
“mais bom”, superior, prosperar, aperfeiçoar, reformar
= Progredir, ou seja, avançar, ir para
frente
Em resumo, o ato de desenvolver permite
duas visões : uma visão quantitativa, quando penso em aumentar e crescer, e uma
visão qualitativa, quando desejo melhorar e progredir.
Dentro dessa ótica diversificada,
podemos identificar o DQS sendo aplicado em 4 níveis, com dificuldades
crescentes:
Nível 1 : Admitir sócios. Mais comum,
de maior volume de apelos e desafios, constante dos melhores Planos de
Atividades de clubes e distritos, além de mensagens presidenciais e valendo
pontos para concursos, competições e assemelhados. Visão típicamente
quantitativa. Apesar do auê, recomenda-se uso controlado pois pode fazer mal
à”saúde do clube”.
Nível 2 Admitir sócios dentro de classificações
que “interessam”ao clube.Visão tipicamerite quali-quantitativa. Recomendada e
sem contra-indicações. A literatura rotária, depoimeritos e exemplos de
sucesso, recomendam este nível para a admissão de novos sócios. Uma observação
importante : quando falamos de qualidade queremos nos referir à qualidade do
quadro social pela sua diversidade e representatibilidade da comunidade no qual
se insere o clube. As qualidades pessoais e profissionais do potencial sócio,
de suma importância, são assuntos de domínio público e não estão em discussão
neste momento.
Nível 3 : Fixar os sócios
recém-admitidos e torná-los rotarianos. Indiscutivelmente um enfoque
qualitativo, de elevado “efeito desenvolvimentista”. E curiosamente de grande
colaboração para a vertente quantitativa : se bem exercitado, este nÍvel
colabora para a retenção do sócio.
Quando se faz uma análise dos motivos
das baixas de sócios novos, identificam- se causas que se resumem em uma ou
mais das seguintes:
Falta do devido acompanhamento do padrinho ou
incompetência rotáría do mesmo. A situação atingiu um grau surrealista na
medida que Rotary está propondo que o clube nomeie um tutor para acompanhar o
recém-admitido, na dúvida se o padrinho vai asssessorá-lo a contento.
Particularmente, sou mais realista : minha sugestão é no sentido do clube
colocar como um dos pré-requisitos para aceitação de dado candidato a análise
de “quem é o rotariano que está propondo”.Não resta dúvida que a situação é
delicada e pode se tornar complicada se todos os companheiros não estiverem
cientes e conscientes de que esta particularidade faz parte das “regras do
jogo”, ou melhor, “regras para admissão dos novos sócios”. Aproveitando a
deixa, de alguns anos para cá, ou será, décadas, um outro quesito foi esquecido
por muitos clubes : Rotary, ainda tem, e espero que continue tendo, um
importante lastro na familia. Recomendava-se olhar também para a esposa do
candidato (hoje, a recomendação, obviamente, recomendaria olhar para o esposo
da candidata). É comum encontrarmos “semi-rotarianos” e a causa principal está
lá em casa indiferença total do cônjuge, quando não, uma declarada e acintosa
aversão e guerra contra o clube, até na faceta alegre,e hoje tão necessária, do
companheirismo.
Mas, abandonemos a digressão, e voltemos
às prováveis causas de baixas:
Falta de atenção para aspectos de
informação rotária, companheirismo,valorização, entrosamento do novo
companheiro ou nova companheira.Muitas vezes o novo companheiro é recepcionado
como “mais um” : no máximo é destacada sua importância como líder na sua posse
, ás vezes, num ritual artificial e pasteurizado.
Falta de atribuição clara, definida e objetiva
para que o novo sócio tenha realmente a oportunidade de servir, e se sinta útil
e realizado no clube. Muitos de nós devemos ser testemunhas de baixas de
companheiros que se sentiram frustados pela inoperância de seus clubes. A
fórmula milagrosa é tentar combinar a vocação do rotariano, traduzida pela sua
profissão ou até passatempo, com uma real necessidade do clube, da comunidade
ou até do mundo: daí nascem desde excelentes redatores de boletim até
presidentes de RI. E finalmente, o quarto e último nível para o DQS:
Nível 4 : “Reformar” sócios existentes.
Sim, pois “desenvolver” também é “reformar”. Visão também tipicamente
qualitativa e a mais dificil e espinhosa missão desenvolvimentista.
Duas ações concretas e infalíveis:
Reciclagem : ou seja aumentar a informação
rotária dentro do clube, aumentar relações públicas intenas, divulgação dos
trabalhos, projetos, programas,etc., etc.
Terapia ocupacional, ou seja, envolver os sócios em algum trabalho, missão,
projeto, programa, ou até, “aventura rotária” olhando para o companheiro no
tocante a sua idade, tempo de Rotary, disponibilidade de tempo, tendências,
preferências, capacidades e, inclusive, ideosincrasias.
Um parêntesis de alerta ao presidente
ou a quem de direito : CUIDADO, MUITA CAUTELA .Falar é fácil. Fazer ou
conseguir é que são elas. Uma inabilidade resultará numa frustação, ou o que é
pior em muitas circunstâncias, mais uma baixa de companheiro. Terapia
ocupacional,sim senhor! O trabalho rotário é tão amplo e tão diversificado que
é impossível se localizar em algum lugar uma placa do tipo NÃO HÁ VAGAS. Há
vagas e espaços para todos desde “mexer uma palha” até acionar uma alavanca que
“deloque uma montanha” ou apertar um botão que pode implodir o mundo de sua
indiferença, apatia e egoismo.
A visão macro do DQS, nos seus reais
enfoques quantitativos e qualitativos, não pode perder de vista que o mundo está
em permanente modificação : Kounes e Posner, autores americanos do livro O
Desafio da Liderança, no prefácio apresentam as Novas Realidades,das quais
destacamos alguns tópicos:
Os céticos estão ganhando: “as pessoas
estão fartas, irritadas, desgostosas e pessimistas acerca de seu futuro. Nossa
lealdade para com as instituições, e delas para conosco, está afundando como
pedra...”
O poder mudou : “Com acesso à
informação situado a apenas um toque de tecla, o poder passou dos detentores de
títulos para os detentores da tecnologia e da habilidade para utillizá-la.
Estamos todos conectados “A tecnologia transformou-nos em um aldeia global
interconectada... a notícia envelhece de imediato...” E os autores continuam...
Conhecimento é a nova moeda : “O
conhecimento substitui a terra e o capital como a nova riqueza econômica.
Conhecimento agregado é o novo valor agregado, seja nos bens ou nos
serviços...”
O mundo é fragmentado : “Apesar das
ligações eletrônicas, ou talvez, por causa delas, o mundo, embora conectado,
está longe de constituir uma comunidade. Em que pese toda a conversa sobre
economia global, o mundo ainda é um lugar bastante provinciano...”
Há um novo contrato social sobre a
mesa. “As organizações de maior porte tem diminuido a quantidade de empregos em
ritmo recorde, ao encolher de tamanho e focalizar os negócios em um número
menor de setores. A força de trabalho informal encontra-se em ascenção...”
E finalmente...
Há uma renovada busca por significado :
“Embora tenhamos hoje mais especialistas em qualquer assunto que se possa
imaginar, de assistência médica a computadores, a família e os amigos ainda são
as fontes de informação em quem as pessoas mais confiam... Os valores e as
virtudes são discutidos de maneira mais aberta e as pessoas se preocupam mais
com o legado que deixarão para as novas gerações...
Os autores terminam o prefácio do livro
com uma mensagem de esperança e otimismo que se identifica com nossos anseios e
ideais como rotarianos:
“Em face das novas realidades, há
incontáveis oportunidades de fazer uma diferença. Oportunidades para restaurar
a esperança de criar um senso de significado para nossas vidas...( e nós
emendamos: e para a dos outros). Oportunidades para reconstuir o sentido de
comunidade e aumentar a compreensão entre os povos distintos. Oportunidades
para transformar a informação em conhecimentos e, ao fazê-lo, melhorar o padrão
coletivo de vida. Oportunidades para aplicar o conhecimento aos produtos e
serviços, criando um valor extraoridinário para o nosso próximo”.
Agora, encerramos nós. Mas, o que o DQS
tem a ver com tudo isso? Tudo e nada . Tudo se imaginarmos o Rotary fazendo
parte desse novo mundo. Nada, se nos julgarmos incapazes de dar nossa
contribuição, por menor que seja, para essa nova realidade. Tudo, se
conseguirmos resgatar a real dimensão do Rotary como um clube de líderes, corte
transversal e uma real força viva de nossas comunidades. Clube de líderes e
força viva que renasce a cada novo sócio que ingressa no clube, a cada sócio
que se transforma em rotariano para sempre. Companheiros, Rotary somos nós.