REPENSANDO SERVIÇOS PROFISSIONAIS...
Paul Harris, no seu livro "Meu Caminho para Rotary" descrevendo os
primeiros passos para a fundação do Rotary Club de Chicago, afirma: "
...em fevereiro de 1905 convidei três jovens homens de negócios e explanei-lhes
a minha idéia de cooperação mútua e amizade informal, tal como conhecíamos nas
nossas aldeias de origem. Eles aceitaram-na".
E mais à
frente: " Crescemos em número, em amizade, em espírito de mútuo apoio e
dedicação à comunidade. O banqueiro e o padeiro, o sacerdote e o funileiro, o
advogado e o tintureiro conscientizavam-se dos problemas, das ambições, dos
recursos e frustrações uns dos outros. Compreendemos que todos tínhamos, em
comum, muitas aspirações e condições. Descobrimos o prazer de podermo-nos
apoiar uns nos outros".
Alguns
parágrafos adiante: " No terceiro ano fui eleito e a minha plataforma
constou de, primeiro, expandir o quadro social do clube de Chicago; segundo,
estender o movimento a outras cidades, terceiro, intensificar a ação do clube
em favor da comunidade, como um dos seus propósitos".
Na
seqüência, apresenta a essência do princípio de classificações da nossa instituição:
"À medida que crescia o quadro social do Clube de Chicago, íamos
completando o corte transversal das profissões ali exercidas e os sócios
selecionados sentiam-se honrados com a representação que se lhes dava. Com isso
estimulavam-se na assunção das responsabilidades que a ela lhes atribuía".
Apresenta, então, o princípio fundamental do Rotary da época, de hoje e de
sempre: " É propósito do Rotary não levar em conta a religião, a posição
social, o pensamento político ou a raça de seus associados. É isto sim, seu
propósito, aglutinar homens de negócio e profissionais a fim de que possam
corresponder-se, aumentar entre eles a boa-vontade e tolerância e favorecer o
estabelecimento de laços de amizade e disposição para a solidariedade".
Relata
sua visão da época na sua cidade de adoção: " É aceitável que Rotary
pudesse ter nascido sob céus mais iluminados, em clima mais ameno e numa cidade
mais tranqüila e equilibrada... O clima de insegurança reinante em Chicago,
naquela época, prevalecia em outras regiões do país. De maneira generalizada,
os negócios iam mal: a ética comercial agredida, em desfavor dos consumidores,
dos empregados e competidores. O espírito de comunidade estava praticamente
esquecido. Era necessário mudar para melhor. Mais até que necessário: tinha que
mudar!".
E Paul
Harris conclui o capítulo: "Em 1905 na cidade à beira do lago, Rotary foi
um quadro no drama em cena. Os atores daquele quadro foram homens comuns,
profissionais e negociantes. Apesar das suas deficiências prováveis, em
comparação com seus colegas, pode-se dizer, como consenso geral, que eram os de
melhor qualidade".
(Setembro de 1998)