SERVIÇOS INTERNACIONAIS ‑ MAIS E SEMPRE
"Tomou pois o Senhor Deus o
homem, e colocou‑o no paraíso
de delicias para que o
cultivasse e guardasse”.
A ocupação crescente do
globo é um fato irreversível e quer queiramos, quer não, teremos que aprender a
conviver dentro deste mesmo barco, desta nave espacial que é a Terra.
Aliado ao crescente
avanço tecnológico, o mundo está se tornando cada vez menor e em conseqüência
acentua‑se a interdependência entre as nações do globo.
Rui Barbosa, no seu livro Teoria Política já afirmava
que:
"Nos
tempos de hoje, com a internacionalização dos interesses nacionais, com a
permeação mútua que as nacionalidades exercem umas nas outras, com a
interdependência essencial em que vivem umas das outras nações mais remotas, a
guerra já se não pode insular nos Estados entre quem se abre o conflito. Suas
comoções, seus estragos, suas misérias repercutem ao longo, sobre o crédito, o
comércio, a fortuna dos povos mais distantes. É mister, pois, que a
neutralidade receba uma expressão, uma natureza, um papel diverso de outrora. A
sua noção moderna já não pode ser
a antiga".
Isto posto cada ano que passa torna‑se maior a
necessidade de se romper os rígidos esquemas dos limites geográficos e de
formar entre os países, grandes grupos de vida e de ação comum nos campos
sociais, políticos, econômicos e culturais.
A
tendência, pois, é do BEM COMUM UNIVERSAL prevalecer ou predominar sobre o BEM
COMUM NACIONAL e este sobre os INTERESSES INDIVIDUAIS.
Em outras palavras se
torna cada vez mais urgente a formação de uma COMUNIDADE MUNDIAL que
fundamentalmente depende da continuidade espacial, existência de serviços
básicos comuns e participação numa obra comum. Ou seja a comunidade mundial
dependerá de uma ação comum de todos os homens usando os mesmos meios e
trabalhando para os mesmos objetivos.
A
continuidade espacial tende a ser conseguida pela ocupação física da terra que
aumenta dia a dia e pelas crescentes facilidades de transportes e
comunicações. Não estamos longe de sermos aquela "aldeia global"
acentuando‑se cada vez mais aquela interdependência citada.
A existência de
serviços básicos comuns é decorrência dessa crescente interdependência
política e econômica. São exemplos típicos as criações de organizações como o
Mercado Comum Europeu (MCE) a Associação LatinoAmericana de Livre Comércio
(ALALC) e mais recentemente a
Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP). E como o mundo é
afetado por decisões tomadas por esses organismos internacionais! Haja visto
como as decisões de comércio tomadas pela OPEP mudaram totalmente as
perspectivas econômicas mundiais.
Devido a
esse mútuo envolvimento das nações é mister a participação de todos numa obra
comum podendo ser citado, como exemplo, a crescente preocupação das nações pela
paz e melhoria das condições
sócio‑econômicas da humanidade.
Acrescente‑se
a tudo isto a constante aproximação das nações através das correntes
migratórias que proporcionam uma verdadeira e total mistura demográfica e
conseqüente assimilação dos valores morais e culturais dos povos envolvidos.
Jacques
Maritain no seu livro 'O Homem e o Estado" destaca:
"O
fato fundamental é a interdependência, já hoje indiscutível das nações, fato
esse que não é garantia alguma de paz, como muita gente por certo tempo
acreditou, por querer acreditar, mas antes uma expectativa de guerra. Por que
isso? Porque essa interdependência das nações é, por excelência, uma
interdependência econômica, não uma interdependência politicamente organizada,
desejada e construída. Em outros termos, é por ter surgido essa
interdependência em virtude de
processos meramente técnicos ou materiais e não em conseqüência de um
processo simultâneo genuinamente político ou racional”.
Caros Companheiros...
Por outro lado, o
desarmamento bélico é garantia pouco segura duma paz duradoura se não for
acompanhada pelo desarmamento dos espíritos em termos de ódio, cobiça e
ambição, de predomínio dos homens sobre seus semelhantes. Aquele que une demais
a questão da paz com a das armas materiais comete o erro de descuidar o aspecto
principal e espiritual do perigo de uma guerra.
Pio
XII numa alocução proferida nos
idos de1942 destacava que:
“A
verdadeira paz não é o resultado, por assim dizer, aritmético de uma proporção
de forças, mas em seu último e mais profundo significado,uma ação moral e
jurídica".
Companheiros...
O Rotary nos oferece no
seu Objetivo uma oportunidade ímpar de nos engajarmos nos trabalhos para essa
não‑distante COMUNIDADE MUNDIAL, quando prevê "a aproximação
dos profissionais de todo o Mundo,
visando a consolidação das boas relações, da cooperação e da paz entre as
nações”.
Sem dúvida alguma, nós,
os rotarianos podemos ser os agentes catalisadores para a humanidade atingir
essa desejada meta. Temos o privilégio de ter a indispensável continuidade espacial
representada por mais de 760.000 rotarianos em aproximadamente 16.300 clubes,
em 151 países. Somos unidos por serviços básicos comuns apoiados em nosso
Objetivo e traduzidos pelas Avenidas de Serviços. Finalmente participamos duma
obra comum no ideal de Servir, participamos duma obra comum no “Dar de si antes
de pensar em si".
Por conseguinte, o
Rotary espera que cada rotariano adquira uma mentalidade universal:
a) Os
seus interesses irão além do patriotismo nacional e compartilhará da
responsabilidade para o desenvolvimento da compreensão, boa vontade e paz
internacionais.
b) Resistirá a qualquer
tendência para agir em termos de superioridade nacional ou racial.
c)
Procurará encontrar e desenvolver bases comuns para chegar a um acordo com os
povos.de outras nações.
d) Apoiará a ação
orientada no sentido de melhorar os padrões de vida de todos os povos,
compreendendo que a pobreza em qualquer lugar ameaça a prosperidade em todos os
lugares.
e) Sustentará os
princípios de justiça, para com a humanidade, reconhecendo que são fundamentais e de cunho universal.
f) Esforçar‑se‑á
sempre para promover a paz entre as nações e estará disposto a fazer
sacrifícios pessoais por esse ideal.
g) Promoverá e cultivará
um espírito de compreensão das crenças de todos os outros homens, como um passo
para a boa vontade universal, reconhecendo que há certos padrões morais e
espirituais básicos que, quando pratica dos, assegurarão uma vida mais nobre
e mais completa.
As oportunidades de
trabalho são múltiplas e a ninguém é dado o direito de se julgar
imprescindível. Talvez tenha chegado o momento exato de sacudirmos a letargia,
a insensibilidade e a inércia. É tempo de que todos os bons, todos os solícitos
pelo destino do mundo se conheçam e cerrem fileiras. Sobretudo é preciso ir
além das fronteiras rotárias visando incluir outras pessoas que não são
rotarianas,envolvendo‑as ativamente nos trabalhos para a efetiva
aproximação dos povos .
Caros
Companheiros. . .
Como vocês podem
observar a nossa responsabilidade é enorme e as oportunidades da
compreensão entre os homens de
boa vontade dependem de nós.
Através da Fundação
Rotária temos as Bolsas Educacionais de Pré‑Graduação, Pós.‑Graduação,
Treinamento Técnico e Professores de Excepcionais e Intercâmbio de Grupos de
EstudoS. A Fundação Rotária depende do
apoio financeiro dos rotarianos. Porém, e o que é mais importante, espera a
nossa participação efetiva ajudando a encontrar os melhores candidatos para as
bolsas, proporcionando hospitalidade aos bolsistas, servindo voluntariamente
numa sua sub‑comissão e promovendo seus objetivos e realizações.
Os Serviços à Comunidade
Mundial incluem o Emparceiramento entre Distritos ou Clubes, feito em
base voluntária onde os rotarianos que estejam colaborando poderão estabelecer
amizades duradouras através deste intercâmbio e ampliando as relações entre
cidades de diferentes países. Destaque‑se também o Programa de
Voluntários de Rotary no Exterior onde os rotarianos têm a oportunidade
de compartilhar a sua experiência profissional, tornando‑se úteis ao
desenvolvimento do pais que os acolhe.
O Intercâmbio Internacional de
Jovens e Estudantes é um excelente meio de promover a compreensão
internacional. Estes jovens atuam como "embaixadores da boa vontade"
e além de,
seus estudos eles aprendem muito
sobre a vida do país através dos contatos que são estabelecidos. Ao regressarem
aos seus países têm a oportunidade de contar a respeito de suas experiências e
com isso estreitarem ainda mais os laços de compreensão e amizade entre os povos.
Como podem perceber os
companheiros, a nossa instituição através desses projetos vitoriosos não está
estática ou alheia aos anseios da humanidade que procura atingir a sonhada
condição de uma comunidade mundial.
E o nosso papel como rotariano
dentro do nosso clube?
Nas palavras do
Presidente de Rotary International, o brasileiro Ernesto Imbassahy de Mello:
"Cabe
a nós, todos os rotarianos, contribuir para dignificar o ser humano, de tal
forma que possamos resolver os grandes problemas do ódio, da falta de
compreensão e da destruição os quais estão em oposição com os objetivos da
vida, amor, compreensão e criatividade.
"Temos de enfrentar
com realidade os problemas do nosso tempo, não somente de modo provinciano, mas
de maneira global com uma perspectiva do futuro. Os problemas são grandes, mas
o homem é ainda maior e capaz de resolver esses problemas e assim fazendo, ele
será inspirado a dignificar o ser humano".
A gama de
atividades rotárias é enorme e tende a crescer cada vez mais. Multiplicando-as
através do que temos em comum, Rotary estará haurindo tesouros no manancial
inesgotável de entusiasmo e vibração dos homens de boa vontade. E, sobretudo,
estará dando sua inestimável contribuição em prol da paz universal.
Para que tudo isso seja
alcançado, Rotary, instituição nossa, conta conosco, mais e sempre.